I'm a street walking cheetah
With a heart ful of napalm
I'm a runaway son of nuclear A-bomb
I'm a world's forgotten boy
The one who serach and destroys.
Alice Cooper é um herói musical.
Assim como Nostradamus, deve ter vislumbrado o futuro ou, pelo menos, o meu futuro, quando cantou "Welcome to my Nightmare" :
Welcome to my Nightmare
Welcome to my breakdown
I hope I didn't scare you.
Entretanto o pesadelo de Alice está no Show Business. Este livro vai mais fundo. Venha conhecer o pesadelo verdadeiro e vívido que era minha vida há aproximadamente 20 anos.
Um pesadelo tão ruim que terminou me matando. Mas agora seu que não foram só as drogas - tmabém o meu pesadelo me assombrou imcompreensivelmente... Uma dor pela qual eu não queria passar, apesar da combinação letal de narcóticos.
Se pudessemos misturar essas duas cançoes, teríamos a canção-tema de minha adolescência. No Natal de 1986, eu integrava uma das maiores bandas de rock do mundo.
Era também alcoólatra, viciado em heroína e cocaína, e estava prestes a rolar ladeira abaixo, na depressão.
Musicalmente, sempre achei que o Mötley Crüe fosse uma combinação desagradável de rock, punk, glam e uma mistura popular de muito sarcasmo, raiva e humor, amor e ódio, felicidade e trsiteza. Natiralmente, dependendo da receita, havia mais ou menos sexo, também. Acho que o rock 'n' roll deve ser sexy. Cotidiano? Sempre. Junte tudo e verá que o coquetel é extremamente tóxico.
Paletable for the masses like Jim Jones' Kool-Aid
Sweet to the lips and deadly to ourselves
We were the drug scouts of America
And qe qere louder than hell.
Estes diários começam no Natal de 1986, mas esta data não tem nada de especial. Já era viciado antes, e continuei sendo por um bom tempo depois. Este foi um dia exemplar de minha condiçao real: passei o Natal sozinho, despido, sentado junto à árvore-de-natal com uma arma nas mãos - o suficiente pra ver que a vida estava perigosamente fora de controle.
As pessoas tentaram, ao longo dos anos, abrandar minha desgraça dizendo que o Mötley Crüe era o culpado pelo meu vício. Mas eu não acho isso. Foi obra minha. Quando criança, era sempre o primeiro a me interessar por armas de fogo.
Fui teimoso, decidido. Sempre me metendo em confusão, no caos - coisas pelas quais fiquei efemeramente famoso. Uma trilha do meu caminho para o sucesso, um coquetel molotov disfarçado num embrulho lindo e, em seguida, a decadência.
Quando me mudei para Los Angeles e conheci a cocaína, isso apenas acelerou a queda.
Álccol, ácido, cocaína... foram somente casos. Só quando conheci a Heroína conheci o amor verdadeiro.
Depois que o Mötley ficou verdadeiramnte grande, passei a ganhar muito dinheiro, e já sabia o que fazer com ele. Naturalmente, gastei-o com o que mais queria: drogas. Antes da banda, vivia somente para a música.
Depois dela, apenas para as drogas. Talves a banda tenha, realmente, me proporcionado recursos para me tornar dependente, mas... quer saber? Acho que teria me viciado de qualquer jeito.
Nosso destino são nossas escolhar, mas sempre há quem escolha o pior caminho. Tenho algumas idéias de por que escolho fazer essa viagem?
1- Minha infância foi uma droga. Meu pai nos abandonou quando eu tinha três ano e nunca mais voltou.
2- Minha mãe tentou me amar, mas havia sempre um namorado novo. Como eu estava sempre no caminho, ela me mandou viver com meus avós.
3- Nasci dependente. Não surpreende que tenha crescido sentindo raiva, desamor e precisando de qualquer jeito, de vingança.
Vingança contra quem ?
Contra o mundo? Contra mim mesmo ?
Sempre sigo em frente quando não sei aonde estou indo. Um pouco antes de encontrar Tommy Lee, Vince Neil e Mick Mars, eu sabia que integraria o Mötley Crüe. Sabia que nos apresentaríamos (pessimamente, é óbvio!)
Em relação aos assuntos sobre os quais o Mötley falava, música e mulheres... música e drogas... música e violência, queríamos ser os melhores, os mais sórdidos, a mais barulhenta banda de rock do planeta. E estávamos no caminho certo. Em 1983, em Los Angeles, descemos de helicóptero diante de mais de 300 mil fãns de Heavy Metal, sabíamos que em breve íamos para as cabeças. Era questão de tempo. Estávamos indo direto para o inferno, numa trilha de sexo, drogas e Rock 'n' Roll, e destruíndo tudo à nossa frente. Fácil nos encontrar.
Dois grandes acontecimentos se deram em 1983.
Shout and the Devil foi disco de platina e levou o grupo ao topo. Um dia, bêbado, bati meu Porsche, desloquei o ombro e comecei a usar heroína para aliviar a dor. Como eu exagerava em tudo, comece a me injetar.
Tudo indicava, infelizmente, que me tornara dependente.
É preciso ser muito forte para conseguir sair dessa sozinho. Quando Vince Neil, nosso vocalista, foi para a prisão, por 20 dias, eu não o visitei, nem liguei para ele uma única vez. Achava que era desperdício de tempo, tempo que eu podia passar em meio às drogas.
Perto do fim da teporada do Theatre of Pain, em 1986, estava entrando em desespero. Tive uma overdose depois de um show em Londres e fui deixado à beira da morte numa lixeira. Tinha voltado para ser padrinho no casamento de Tommy com seringas escondidas em minhas botas de cowboy. E fiquei em casa cheirando, em vez de ir ao funeral de minha própria avó - a mulher que me criou e mais me amou.
E as coisas estavam para ficar piores. Muito piores.
A coisa mais estranha é que em meio a todo aquele mistério, durante aquela época obscura - o tempo mais perdido em minha vida... -, fiz anotações diárias. Em casa, ou durante as viagens, escrevia meus pensamentos em jornais amassados ou pedaços de papel. Em alguns momentos, completamente sóbrio. Noutros, quase louco. Acho que, em meus delírios de dependência, meu diário foi o único que me entendeu. Talvez meu único amigo, alguém em quem confiei... Não é à toa que dizem que estar no topo é estar solitário.
Tinha-me esquecido de que essas anotações existiam ou talvez eu as tenha apagado, negando-as até encontrá-las já mofadas em um baú, num depósito, escondidas embaixo de uns cartazes de antigas temporadas da banda, no meio de algumas revistas e discos de platina.
Estavam no original, e prontas para ser lidas, páginas de uma vida que deixei pra trás hé algum tempo... na esperança de jamais voltar a ela.
Hoje, o Mötley Crüe esta voltando, tocando, tocando de novo por todo o mundo. Adoro isso. Alguns momentos de minha vida na banda foram mais loucos que tudo, mas nosso som contionua forte como nosso comportamento. Ainda amo tocar rock. Posso dizer, com segurança, que ele me leva às alturas. Sinto-me peivilegiado de poder fazer o que amo tanto, e o fato de podermos fazer do nosso jeito é extremamente gratificante. A diferença é que não salto da adrenalina dos palcos para o consumo camicase de narcóticos pra ficar mais alto ainda.
A música e os fãns são suficientes. Como deve ser.
Você enxerga Sikki*, então surge Nikki, sóbrio há muitos anos, sob controle e muito melhor do que quando não tinha controle nenhum e vivia enloquecido. O que me ocorre, ás vezes, é que possa estar me tornando o tipo de pessoa que o Sikki de 1986 teria odiado. Tudo bem, porque acho que não gostaria de encontrar Sikki em 2006, então estamos quites.
Hoje, estava ouvindo Velvet Underground de novo, e ouvir "Heroin" é tão bom quanto antes, especialmente quando Lou Reed fala sobre a heroína ser sua morte, sua vida e sua companheira.
Quem teria pensado, enquanto eu crescia, em Idaho, que uma das canções inspiradoras da minha vida também terminaria sendo seu drama?
Poderia ter queimado estas anotações, ou as ter guardadi de volta, quando as encontrei - talvez fosse o mais sensato a fazer. Então, por que deicidi publicá-las e mostrar ao mundo o quanto estava perdido no auge do meu sucesso?
Bem, é simples. Se alguém ler este livro e decidir que nao quer afundar como eu, entãi ter dividido o meu inferno com essa pessoa terá sido importante.
Também estou doando o lucro deste livro para ajudar crianças de rua, um grupo que batizei Running Wild in the Night, por meio da Covenant House - entidade que cuida dos direitos dos sem-teto ( www.covernanthouse.org e www.nikkisixx.net) .
Dizem que, para manter o que se tem, é preciso doar. Acredito nisso. Acredito também que você tanto pode ser indiferente quanto muito foda, não dar de ombros, deixar de ser burro e não ser um alienado. Sou o primeiro a dizer " foda-se ", mas imediatamente digo: " amo você ". Se a vida é o que você faz dela, tenho feito meu melhor. Ela pede trabalho duro e , se necessário, você tem de fazer o trabalho duro também.
Por último, mas não menos importante, o conteúdo de Home Sweet Home, de 1985, é tão verdadeiro hoje quanto era antes, então :
My heart's like an open book
For the whole world to read.
Bem-vindo ao meu pesadelo...
Divirta-se
Nikki Sixx / Dezembro de 2006.
( Abaixo vocês conferem as duas músicas em que Nikki cita no texto acima. )
( Abaixo vocês conferem as duas músicas em que Nikki cita no texto acima. )
Um comentário:
nossa deve ser tao bom qto o the dirt esse livro... vou ler.. vlw hein! xD
Postar um comentário